Ceará Mascate e Eduardo Rage, durante entrevista na Rádio Prima: vereador destacou importância da atuação política15/05/2018 - O vereador Ceará Mascate (PPS) considera que a atuação no ambiente político é importante para a garantia de melhorias para a sociedade. A declaração foi dada durante entrevista a Rádio Prima, na última sexta-feira (11). “Só assim a gente consegue mudar alguma coisa: fazendo parte da política”, destacou o parlamentar.
“Eu sempre odiei política, eu não gostava”, confessou, ressaltando que a sua atuação como vendedor ambulante o fez mudar de ideia. “Fazendo essa trajetória de mascate, eu passei a entender o povo, as suas exigências, as suas cobranças. E comecei a entender que só fazendo parte da política, seria possível brigar por essas situações”, disse.
Natural de Pau dos Ferros - RN, Ceará chegou à Região Metropolitana de Campinas em 2000, em Hortolândia. Depois, em 2006, mudou-se para Monte Mor, onde reside, desde então, no Jardim São Clemente. O vereador destacou, na entrevista, que antes da atuação na política, já realizava um “trabalho independente”, representando o bairro e reivindicando melhorias.
Nas eleições municipais de 2012, o vereador obteve 199 votos, para vereador; e, em 2016, conseguiu 274. Tomou posse na Câmara na sessão ordinária de 26 de março deste ano, como primeiro suplente da coligação que elegeu Fiuza (PT), considerado “inelegível para exercer o cargo de vereador”, pela Justiça Eleitoral.
TRAJETÓRIA
“Eu sou da roça, eu trabalhei na enxada [...] Minha história lá atrás é sofrida”, disse, destacando que começou a trabalhar aos 12 anos, e aos 16 anos se mudou para a capital paulista. “Passei a ter responsabilidade muito cedo. Minha trajetória de vida é essa: trabalho”, disse o vereador, que vem de uma família de 9 irmãos, maioria deles ainda vivendo no nordeste.
“O nome Ceará Mascate nasceu da rua, devido a eu ter trabalhado no ramo [...] Minha história na cidade é baseada nisso”, disse Ceará, agradecendo Monte Mor pela acolhida. “A oportunidade que eu tive foi nessa cidade, que me deu oportunidades de vida [...] Sou nordestino, mas cidadão de Monte Mor”, afirmou, defendendo que os moradores valorizem o município.
ATUAÇÃO PARLAMENTAR
“Não faço doação, não dou esmola”, afirmou o vereador, ressaltando que tal atitude “escraviza a população”No mandato na Câmara, Ceará Mascate afirma atuar fiscalizando o Poder Executivo, além de realizar indicações frequentes, pedindo melhorias para bairros da cidade. “Sou um representante da cidade, não de um bairro específico”, disse, destacando que criou o “Dia do Cidadão”: às quintas-feiras, o vereador afirma que fica em seu gabinete, para atender os moradores.
“Temos um problema muito sério, da nossa cultura política. Muitos cidadãos ainda vêm com aquelas propostas particulares, pessoais, que não vão abranger a sociedade”, afirmou Ceará, na entrevista. O vereador destacou que nunca atendeu tais pedidos, e que encaminha as demandas sociais, da comunidade, aos serviços de Assistência Social, como o CRAS.
“Não faço doação, não dou esmola”, afirmou o vereador, ressaltando que tal atitude “escraviza a população”, além de ser ilegal. Em contrapartida, Ceará destaca que tem atuado nas ruas - fazendo indicações, fiscalizando e interagindo com a população e com integrantes do Executivo. O vereador também lamentou que algumas indicações, às vezes, não surtem efeitos.
Ceará também abordou a sua relação com o Poder Executivo. “Por enquanto ainda fazemos parte da base, somos coligados com o partido do prefeito. Mas sou um representante da população. Farei parte da base política até o momento em que a base fizer parte da sociedade”, disse. “Não sou de esquerda nem de direita. Sou da população, estou aqui por eles”, disse.
“TURBULÊNCIAS”
“Minhas contas foram rejeitadas por perda de prazo, o que não significa crime eleitoral”, explicou CearáCeará também comentou o momento político em que assumiu o mandato. E explicou que realizou denúncia contra o vereador Fiuza (PT), enquanto “requerente da cadeira seguinte, de suplente, e também como cidadão”. “Fiz a denúncia para reforçar”, afirmou. A decisão da Justiça Eleitoral favoreceu Ceará, que tomou posse na vaga do vereador petista.
O parlamentar também comentou a acusação de que sua campanha também apresentaria irregularidades. “Minhas contas foram rejeitadas por perda de prazo, o que não significa crime eleitoral”, explicou. “Não há acusação [da Justiça Eleitoral]. Há uma ressalva na prestação de contas, onde o meu carro, um Fiat Uno ano 1996 não foi incluído na prestação”.
“O processo foi arquivado por falta de provas”, afirmou, também explicando que a sua campanha eleitoral, em 2016, foi feita com poucos recursos financeiros, já que teve dois acidentes de trabalho graves - um em 2014, outro em 2015. “Fiz uma política praticamente do zero, gastei 560 reais”, disse, ressaltando que a mesma ocorreu “sem ajuda financeira do próprio partido”.
Com relação à Operação Prato Feito, que investiga o desvio de verbas públicas em diversos municípios paulistas, inclusive Monte Mor, Ceará destacou que é “uma situação complicada, que acaba com a imagem da cidade”. “Se for investigado e houver irregularidade comprovada, caberá a nós, da Casa, tomarmos providências”, disse, defendendo a “apuração dos fatos”.
REIVINDICAÇÕES E PROJETOSCeará também mencionou atuações parlamentares, incluindo moção de aplausos à equipe de judô
Na entrevista, o vereador também mencionou três atuações parlamentares. A moção de aplausos a integrantes de equipe de judô da cidade, que será apreciada na próxima sessão ordinária da Câmara; a indicação ao Executivo, que reivindica a limpeza, manutenção e conservação das calçadas, muros e terrenos, visando diminuir a incidência de queimadas; e a visita à Assembleia Legislativa (Alesp), que culminou com a obtenção de emenda parlamentar do deputado Davi Zaia (PPS), que garantirá a aquisição de um aparelho de ultrassom, de alta complexidade, para o município. Segundo Ceará, o envio do recurso está em processo de tramitação, na Alesp.
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