Presidência confirma resultado de que Emenda que proibia reeleição da Mesa Diretora foi rejeitada

Painel Projeto de Emenda à Lei Orgânica 1 04.07.2022Painel de votação: Proposta de Emenda à Lei Orgânica teve nove votos favoráveis e seis contráriosO presidente da Câmara, vereador Alexandre Pinheiro (PTB), confirmou nesta segunda-feira (11), na sessão ordinária, que o Projeto de Emenda à Lei Orgânica 1/2022, que proibia a reeleição, “no mesmo cargo, para um período subsequente”, dos membros da Mesa Diretora, foi rejeitado pelo Plenário na semana passada, mesmo com o resultado de nove votos favoráveis e seis contrários

A informação foi transmitida após o vereador Paranhos (MDB) questionar a rejeição, afirmando que a mesma estava “em desacordo” com a Lei Orgânica, que estabelece que esse tipo de propositura depende de “três quintos dos votos dos membros” para ser aprovado, número que foi alcançado. “Considerando que nós somos 15, 3/5 são nove vereadores”, reclamou.

“Já tivemos uma reunião para falar sobre isso. O que adotamos é o que sempre foi adotado, uma vez que o nosso Regimento Interno [que, diferente da Lei Orgânica, prevê 2/3 para aprovação, ou seja, mínimo de 10 votos] está em acordo com a nossa Constituição Federal”, afirmou Alexandre, confirmando a rejeição do Projeto, que havia sido votado na sessão ordinária da segunda-feira (4)

Com isso, a manifestação de Paranhos foi registrada em ata, que foi aprovada pelo Plenário no início da sessão ordinária desta segunda-feira (11). Tanto a Lei Orgânica do município quanto o Regimento Interno preveem votação em dois turnos, o que não irá ocorrer, tendo em vista que já houve a rejeição no primeiro turno, conforme confirmado pela Presidência da Câmara. 

Geral 04.07.2022 02Plenário, durante a sessão ordinária da última segunda-feira (4), na qual a propositura foi rejeitadaOS AUTORES

A proposta de mudança na Lei Orgânica é de iniciativa dos vereadores Altran (MDB), Beto Carvalho (UNIÃO), Bruno Leite (UNIÃO), João do Bar (UNIÃO), Nelson Almeida (Solidariedade), Paranhos (MDB), Professor Fio (PTB), Vitor Gabriel (PSDB) e Wal da Farmácia (UNIÃO). Na Justificativa do Projeto, os autores afirmam que o mesmo tinha o objetivo de “adequar a Lei Orgânica” ao trecho da Constituição Federal (CF) de 1988 que trata da reeleição para os membros das Mesas Diretoras do Poder Legislativo Federal (Câmara dos Deputados e Senado). “Cada uma das Casas reunir-se-á em sessões preparatórias, a partir de 1º de fevereiro, no primeiro ano da legislatura, para a posse de seus membros e eleição das respectivas Mesas, para mandato de 2 (dois) anos, vedada a recondução para o mesmo cargo na eleição imediatamente subsequente”, diz o 4º parágrafo do artigo 57 da CF.

 

 

Da esquerda para a direita: os nove autores da proposta de Emenda à Lei Orgânica, e o presidente da Câmara, Alexandre Pinheiro. Parlamentar confirmou nesta segunda-feira (11) que a votação seguiu o Regimento Interno, e não a Lei Orgânica, e com isso foi rejeitada

A LEGISLAÇÃO

Vereadores comentaram o Projeto, semana passada, inclusive citando questões legais (assista). “Nós, aqui, senhores, estamos tornando a Casa ainda mais democrática”, disse Paranhos, ressaltando que, para ele, o Projeto proibiria a reeleição “dentro do mandato”, o que sinalizaria a solução para um “vício insanável” na Câmara. Ele citou decisão do Supremo Tribunal Federal, que proibiu a reeleição do ex-presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, em 2020.

Wal da Farmácia pediu apoio dos vereadores da base do governo ao Projeto. “Nada contra o [atual] presidente, é para ter democracia mesmo”, relatou. “Nas cidades vizinhas, todas já não têm mais reeleição, então a nossa tem que seguir a Constituição”, disse. “Eu acho que esse Projeto é importante. A alternância de poder se faz necessária, dentro desta Casa de Leis, e deixa o mandato muito mais justo”, completou Bruno Leite, destacando o voto favorável à mudança proposta.

Presidente da Câmara, Alexandre Pinheiro (PTB) afirmou que a Casa é “expressão da democracia”, mas que não há que se falar em vício, no caso das reeleições para a Mesa Diretora, tendo em vista que “em recente julgado, o próprio Supremo Tribunal Federal validou a reeleição da Mesa Diretora das Assembleias Legislativas e Câmaras Municipais”. Ele também disse que está “muito contente” com seu trabalho. “Vamos ser democráticos, só isso”, pediu Nelson Almeida. 

Comissão Processante: notificação do prefeito dá prazo de 10 dias corridos para defesa prévia

CP notificação2 prefeitoA notificação do prefeito Edivaldo Brischi foi divulgada no mural de avisos da Câmara, publicada no Diário Oficial e, ainda, entregue presencialmenteA Comissão Processante (CP) da Câmara publicou o 2º edital de notificação do prefeito Edivaldo Brischi (PTB). Com isso, o chefe do Poder Executivo terá o prazo de “dez dias corridos”, contados a partir da última sexta-feira (8), para que, “querendo, apresente DEFESA PRÉVIA, por escrito, indicando as provas que pretende produzir e arrolando testemunhas, até o máximo de dez”, diz o documento, também disponível na foto ao lado. 

A notificação foi divulgada no mural de avisos, na recepção da Câmara, na última terça-feira (5), e publicada no Diário Oficial do município, na quarta (6). Além disso, os integrantes da CP se reuniram na manhã da sexta-feira (8) e decidiram citar presencialmente o prefeito, o que ocorreu naquela mesma data, com a entrega do documento ao chefe do Poder Executivo, conforme acordado com o seu procurador, o advogado Marcelo Pelegrini Barbosa.

A notificação é assinada pela vereadora Wal da Farmácia (UNIÃO), presidente da CP. Também integram o colegiado os vereadores Nelson Almeida (Solidariedade), relator, e Milziane Menezes (PSDB), membro. Os trâmites da Comissão seguem o previsto no Decreto Lei federal  201/1967, norma que “dispõe sobre a responsabilidade dos Prefeitos e Vereadores”. A primeira notificação havia sido publicada em 27 de junho

A CP é responsável por analisar a Denúncia 2/2022, acolhida pelo Plenário em junho, na qual um cidadão acusa o chefe do Executivo de “prática de crime de responsabilidade de danos ao erário”, mencionando quatro tópicos que contemplam supostas irregularidades na gestão da saúde. O texto cita “flagrante suspeita de desvio de dinheiro público”; e acusa o prefeito de cometer infrações político-administrativas, além de negligência.

Wal da Farmácia critica qualidade dos projetos apresentados pela prefeitura: “vergonhosos”

WalDaFarmácia 04.07.2022 02Na sessão plenária, Wal da Farmácia exibiu o ofício de encaminhamento, assinado por nove vereadores, que viabilizará apreciação do novo projeto: conforme Lei Orgânica, proposituras que foram rejeitadas só podem ser apreciadas, na mesma sessão legislativa, “mediante proposta da maioria absoluta dos membros da Câmara”A vereadora Wal da Farmácia (UNIÃO), presidente da Comissão de Justiça e Redação (CJR) da Câmara, critica a qualidade das matérias legislativas apresentadas pela prefeitura, para apreciação da Câmara. Na sessão ordinária da última segunda-feira (4), a parlamentar comentou o assunto e citou o caso da proposta de previdência complementar para os servidores públicos municipais - que já teve cinco versões diferentes, na Câmara.

Wal lembrou que, na Comissão, a primeira proposta foi arquivada, em 2021 - conforme parecer disponível no SAPL, por “impossibilidade e inviabilidade jurídica”. Houve ainda uma versão retirada pelo próprio Poder Executivo; uma reprovação da proposta, pelo Plenário, de outro texto; e versão para a qual foram sugeridas adequações, o que não foi feito pela prefeitura. “Vergonhosos os projetos que vêm para essa Casa Legislativa”, disse. 

No pronunciamento, a vereadora comentou a última versão do Projeto, distribuída às Comissões nesta semana. “Vergonhoso: pior do que os anteriores”, afirmou, explicando que o PL precisou ter o aval de nove vereadores, tendo em vista que, conforme Lei Orgânica, “a matéria constante de projeto de lei rejeitado somente poderá constituir objeto de novo projeto, na mesma sessão legislativa, mediante proposta da maioria absoluta dos membros” da Casa.

Segundo Wal, o novo projeto apresentado “não veio com as correções” sugeridas pela Comissão de Justiça e Redação, e será necessário realizar “muitas emendas”, após análise do colegiado, para as devidas adequações no texto do Poder Executivo. “Isso aqui é vergonha”, relatou, explicando que a CJR enviou ofício “praticamente desenhando como se faz um Projeto” e, passados 19 meses, a prefeitura continua remetendo propostas com inadequações. 

“Além de nós, vereadores, cobrarmos o Executivo, a gente ainda faz a parte dele”, disse, referindo-se aos pedidos de adequações em matérias apresentadas pela prefeitura. A vereadora ainda citou o Projeto que trata da autorização para “desdobro de lotes” - que foi remetida à Câmara, no ano passado, mas obteve pareceres contrários e foi arquivado, já que deveria seguir rito de lei complementar, e não de lei ordinária, como proposto pela prefeitura.

Em publicação no Diário Oficial, Comissão Processante notifica o prefeito para defesa prévia

notficaçãoCP 27.06.2022Reprodução de imagem do Diário Oficial Eletrônico: 1ª notificação do prefeito foi publicada em edição extra, nesta segunda-feira (27)A Comissão Processante (CP) publicou na tarde da última segunda-feira (27), em edição extra do Diário Oficial do município, a 1ª notificação ao prefeito Edivaldo Brischi (PTB) sobre a Denúncia 2/2022, acolhida pelo Plenário na sessão ordinária da semana passada

O documento é assinado pela vereadora Wal da Farmácia (UNIÃO), presidente da CP, e informa que o chefe do Poder Executivo poderá apresentar “defesa prévia, por escrito, indicando as provas que pretende produzir e arrolando testemunhas, até o máximo de dez”.

O edital também informa que a notificação ocorre a partir de publicação no Diário Oficial tendo em vista que o prefeito “encontra-se em local incerto e não sabido”. Segundo Wal da Farmácia, foram realizadas três tentativas frustradas de entrega presencial do documento ao prefeito. 

“A defesa prévia deverá ser direcionada à Presidência da Comissão Processante, [e ser] protocolada na Câmara Municipal de Monte Mor”, diz o documento, disponível neste link. Os trâmites da CP seguem o rito estabelecido no Decreto Lei federal  201/1967.

Ainda de acordo com o Decreto Lei, o prazo para apresentação da defesa, que é de dez dias, começa a contar a partir do 2º edital de notificação, que deverá ser publicado pela Comissão Processante, caso o prefeito ainda não tenha se manifestado até a data.

Apresentada por um cidadão, a Denúncia menciona quatro tópicos contemplando supostas irregularidades na gestão da área da saúde. Além de Wal, integram a CP os vereadores Nelson Almeida (Solidariedade), relator, e Milziane Menezes (PSDB), membro.

Foto Lado a Lado